O AMANTE – Por Pr. Juberto Jr.*

Faz algum tempo, eu e um amigo conversávamos sobre os desafios ministeriais. A conversa foi fluindo, e ele me contou que, certo dia, uma jovem senhora recém-casada o procurou com o esposo e disse: “Pastor, vou me divorciar do meu marido!”. O pastor ficou intrigado, pois fazia pouco tempo que eles haviam se casado. Então, ele perguntou o porquê. E ela respondeu: “Meu marido está me traindo”. O pastor ficou admirado, e o marido também. Ele parecia não entender nada. Então, ela arrematou: “Meu marido me trai com o videogame. Ele não vem para a cama, dorme tarde, joga até de madrugada e se aborrece quando reclamo do excesso de videogame. Não posso continuar casada assim!”.
Já faz mais de uma década que estudiosos denunciam a “síndrome de Peter Pan”. A síndrome de Peter Pan é um fenômeno psicológico que descreve pessoas que apresentam comportamentos infantis e imaturos, e que têm dificuldade em amadurecer e assumir responsabilidades. Esse fenômeno degradante tem atingido praticamente toda uma geração e é alimentado por um sistema político, ideológico e midiático demoníaco. Gente mal-intencionada trabalha para manter toda uma geração na imaturidade. Então, vemos homens de quarenta anos na casa da mamãe, escravos de games. Vemos mulheres escravas de dancinhas do TikTok.
Testemunhamos adolescentes incapazes de amadurecer, presos em um mundo virtual, e vemos surgir uma geração fraca, supersensível, escrava de “likes”, “views” e “follows”. Gente que se deprime porque ninguém curtiu seus “posts”. Precisamos mudar esse quadro! Precisamos de homens que digam aos
jovens que eles são homens (Tito 2:2). Precisamos de senhoras que se levantem para instruir as moças e levá-las à maturidade (Tito 2:3-6). Um jovem se percebe homem quando é desafiado a sê-lo e ouve que o é. Precisamos parar de pensar que a nova geração é jovem demais para tomar posturas e assumir funções de maturidade e responsabilidade.
A Bíblia nos fala de um rei que começou a reinar aos sete anos de idade, Joás (2 Crônicas 24), e também de um rei que começou a reinar aos oito anos, Josias (2Crônicas 34). Ambos foram tutorados na tenra idade, mas foram preparados para serem homens. Num tempo mais recente em nossa história do Brasil, Dom Pedro II começou a reinar com quatorze anos de idade. Ainda que tenha havido conchavos políticos, Dom Pedro teve grande peso de responsabilidade posto em suas costas.
Na cultura judaica dos tempos antigos, uma moça era considerada adulta aos doze anos e seis meses. Os meninos judeus já podem celebrar o bar-mitzvá a partir dos treze anos, o que lhes confere grandes responsabilidades de homens adultos. Recentemente, o Partido Comunista Chinês instituiu na grade curricular a disciplina “Aulas de Masculinidade” para ensinar aos garotinhos luta, sobrevivência, caça e muito mais. Enquanto isso, nossa cultura ocidental gera garotos fracos e imaturos, que têm videogames por seus amantes, e meninas que se cortam com lâminas porque seu “Insta” “flopou”.
Pais, líderes, sociedade, família… Precisamos nos mobilizar para mudar esse quadro. Precisamos que homens se levantem para forjar homens de verdade na nova geração. Não demoremos, ou será tarde demais!

 

PR. Juberto Oliveira da Rocha Júnior

Pastor da Igreja Presbiteriana Simonton – IPB – Conselheiro Pena.

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