BRUXISMO TEM CURA? ENTENDA ESSE TRANSTORNO – Por Dra. Fátima Zambon*
Muitas pessoas que sofrem com o problema desejam saber se o bruxismo tem cura. Essa condição pode ser incômoda não somente para a própria pessoa, mas também para os indivíduos ao redor, como esposa ou esposo, que dormem com o paciente afetado pelo problema.
Por isso, neste conteúdo vamos explicar o que é bruxismo, causas e tratamentos e se tem cura. Na conclusão, comentaremos brevemente sobre a importância de buscar tratamento para o bruxismo para não agravar o transtorno que atinge a todas as idades, desde bebês aos idosos.
Fique com a gente e entenda melhor esse assunto!
O bruxismo
Consiste em apertar os dentes ou rangê-los de modo a tensioná-los intensamente, o que provoca dor neles, na cabeça e nas mandíbulas e maxilares, músculos faciais responsáveis pela mordida e mastigação. É comum que isso ocorra durante o sono, porém, muitas vezes acontece também enquanto a pessoa está acordada.
Além das dores citadas, os dentes começam a sofrer um desgaste gradual, devido à força exagerada aplicada sobre eles. Isso causa a perda do esmalte dentário, estrutura bastante rígida, portanto, muito importante para a funcionalidade dos dentes.
O bruxismo ainda pode gerar problemas graves, se não tratado, como o amolecimento e a perda dos dentes. A força demasiada feita pelos dentes reduz a irrigação sanguínea, isso inicia um processo de necrose dos nervos, vasos e da polpa dentária.
Os sintomas
As dores nos dentes, músculos faciais e na cabeça costumam ser os sintomas mais evidentes, sobretudo quando o problema surge durante o sono.
O zumbido e a dor de ouvido também podem aparecer, junto de dores no pescoço. Desconfortos ao morder e mastigar, além de estalos quando abre e fecha a boca, são outros sinais do problema.
As causas
Há diferentes motivos para isso acontecer. A seguir, veja alguns deles.
Estresse
Condições emocionais estressantes são capazes de fazer a pessoa forçar os dentes uns contra os outros. Raiva, ansiedade e até depressão desencadeiam esse ato, o qual consiste em descarregar a emoção com a força aplicada pelos dentes. Isso é muito comum no bruxismo acordado. Assim, há a consciência da pessoa desse comportamento e, portanto, do problema, o que facilita o diagnóstico.
Apneia do sono
Já esse diagnóstico é mais difícil de realizar. Isso porque esse distúrbio acontece enquanto a pessoa dorme. Então, se ela não estiver acompanhada durante o sono, será mais difícil e demorado perceber o problema.
A apneia consegue impactar as musculaturas do aparelho respiratório superior, garganta, nariz e boca. Assim, relaxa alguns e contrai outros músculos. Ela pode ocorrer simultaneamente ao bruxismo, um piorando o outro.
Genética
Se a pessoa teve um ou mais dos pais ou avós com o bruxismo durante o sono, isso também pode acometê-la, devido à predisposição genética.
Distúrbios neurológicos
As doenças de Huntington, Parkinson e outras afins possibilitam a contração de músculos de modo involuntário, gerando o bruxismo ou agravando-o.
Uso de substâncias
Alguns medicamentos ou substâncias químicas também são capazes de provocar esse problema. Entre elas estão: cafeína; nicotina; ansiolíticos; estimulantes;· ecstasy.
Os tratamentos
Para o bruxismo inconsciente, são indicados alguns tratamentos, vai variar o grau desse desgastes, dor, desconforto entre outros.Desse modo, absorvem a tensão aplicada sobre os dentes, além de limitarem o ranger dos dentes e as movimentações danosas. Assim, o atrito e a força são diminuídos consideravelmente.
Já para o bruxismo acordado, o ideal é a pessoa tentar evitar apertar os dentes como modo de aliviar o estresse. Nesse caso, podem ser procuradas outras especialidades médicas, como um terapeuta que ajude o paciente a eliminar tal hábito.
Caso ainda esteja com dúvida sobre se o bruxismo tem cura, a resposta é sim. A ciência até então já descobriu métodos para eliminar esse problema definitivamente. Mas, se estiver com esse problema, procure um dentista, pois o tratamento é efetivo e multidisciplinar.
- Dra. Fátima Zambon é Cirurgiã Dentista – Especialista em Odontopediatria
- O texto é de inteira responsabilidade da autora